quarta-feira, 28 de março de 2012

A medicina entre a ciência e a fé


No século XVI, era comum dizer que as doenças eram provocadas pelo diabo ou por feitiços de inimigos. Receitavam-se poções variadas, mas em muitos casos os curandeiros conheciam o valor medicinal de plantas e ervas.

A prática da medicina, na vida cotidiana dos menos favorecidos, estava muito ligada a um saber empírico misturado com religião; presumia-se que os fenômenos biológicos, assim como as manifestações da natureza (tempestades, secas, etc.) dependiam da vontade de Deus. Se havia uma epidemia, por exemplo, o melhor remédio era rezar, fazer jejuns ou procissões dedicadas a Deus e aos santos. 

Mas nem toda medicina da época era mágica ou subordinada à religião. Desde a Antiguidade grega, nos séculos V e IV A. C.; Hipócrates e Aristóteles se dedicaram muito ao estudo do corpo humano, sua anatomia e seus humores. Durante a Idade Média, boa parte desses conhecimentos se perdeu, embora tenha sido recuperado e aprimorado pelos muçulmanos. Avicena, por exemplo, filósofo e médico persa que viveu entre os séculos X e XI, tornou-se seguidor das teorias dos gregos Hipócrates e Galeno, cujos conhecimentos acabaram influenciando os estudiosos europeus. Na península Ibérica, em particular, foi grande a contribuição dos médicos muçulmanos e judeus. 

Os estudos médicos e as descobertas biológicas da época moderna eram vistos com desconfiança pela Igreja. Muitos temiam as perseguições inquisitoriais por se dedicarem ao estudo científico. um exemplo desse receio encontra-se na dissecação de cadáveres, que acabou se tornando comum no estudo da Medicina, mas naquela época era condenada. Leonardo da Vinci, grande artista e sábio do renascimento, era um dos que praticava a dissecação de cadáveres em seus estudos de anatomia.


domingo, 18 de março de 2012

Atividades NEA 2012.1


O NEA/UERJ vêm através deste informar as  nossas atividades para o primeiro semestre de 2012.  


 


- Curso de Extensão:
Teatro Grego
Professora Maria Regina Candido (31/03 a 19/05 de 2012)


- Congresso:
II Congresso Internacional de Religião Mito e Magia na Antiguidade (16 a 20/04/2012)


- Minicursos:

Escrita e Poder na Antiguidade (17 e 18/04/2012)
Palestrante: Prof. Mestrando Tiago França (LEAM/UEM) Site:http://www.nea.uerj.br/congresso2/minicurso1.html
                     
Deusas,Feiticeiras e Profetisas  (20/04/2012)
Palestrantes: Prof. Dr. Johnni Langer (UFMA) & Prof.ª Ms.ª Luciana Campos (UFMA)




 

Curso de Extensão - Teatro Grego



Núcleo de Estudos da Antiguidade

segunda-feira, 12 de março de 2012

A LOUCURA IMPERIAL NA ROMA ANTIGA




    O Núcleo de Estudos e Referências sobre a Antiguidade e o Medievo (NERO-UNIRIO) convida para a Mesa Redonda A Loucura Imperial na Roma Antiga, a ser realizada na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), com a participação de docentes da Escola de História e do PPGH-UNIRIO e do Prof. Dr. Aloys Winterling (Humboldt Universität-Berlin).

Data: 2 de abril de 2012
Horário: 14 horas
Local: Auditório Paulo Freire , Av. Pasteur, 458 – térreo - Urca – Rio de Janeiro.

Confere-se certificado.



Resumos:

Optimus princeps: o modelo ciceroniano do governante ideal
Prof.a Dr.a Claudia Beltrão da Rosa (História – UNIRIO)

Marco Túlio Cícero, no século I a.C., contribuiu para a criação de uma tradição teórica conservadora e androcêntrica, fornecendo um modelo do governante ideal, o optimus princeps, um ser cujas virtudes se expressam na ação pública. Este modelo retórico reúne virtudes teóricas e práticas, e é exposto a partir de oposições (elogio x censura; virtudes x vícios), calcadas na moralidade conservadora tardo-republicana. Ao optimus princeps, um ser “esplêndido e viril”, Cícero opõe o “infame e efeminado”. Neste modelo, que terá grande sucesso nos séculos futuros, a excelência moral do governante traz em si uma preocupação com o tema da virilidade que beira à obsessão.

O músico Nero e os limites do poder
Prof.a Dr.a Juliana Bastos Marques (História – UNIRIO)

A má fama de Nero como tirano, incendiário e matricida se consolidou na tradição historiográfica, acentuando-se ainda mais através dos autores cristãos. Porém, as fontes que narram seu principado - Tácito, Suetônio e Díon Cássio - deixam claro que a oposição da elite e das províncias, que resultou em sua queda em 68 d. C., tinham uma razão que hoje nos parece bem mais prosaica: o lado artístico do imperador. Ator e condutor de carros de corrida, Nero também passou a se impor progressivamente como músico profissional, competindo em vários festivais. Enquanto os provinciais e as fontes posteriores condenavam essa postura, vindos de um ambiente conservador longe de Roma, Nero teve um considerável apoio entre o povo e as elites tradicionais da capital. Assim, a transformação progressiva do imperador em citaredo profissional pode ser interpretada não como um ato de loucura, mas como uma forma de afirmação de poder, ainda que sua estratégia tenha falhado por fim.

Imperial Madness in Imperial Rome
Prof. Dr. Aloys Winterling (Humboldt Universität- Berlin)

Imperial Madness in Imperial Rome é o tema que o autor explorou em sua biografia de Calígula, publicada na Alemanha, em 2003, e que agora ganhou uma tradução para o inglês. Sua tese é de que o retrato de certos imperadores júlio-claudianos como loucos é uma construção tardia que, além de não encontrar correspondência com o conceito antigo de loucura, obscurece o fato de que imperadores como Calígula foram assim retratados pois estabeleceram uma relação diferente com o Senado, ao romperem o ideal augustano de comunicação com este corpo, pautado na ideia de que princeps e senado se complementavam no governo do império. Calígula teria quebrado esse protocolo com a tentativa de afirmação de um poder monárquico absoluto.