Mitologia: mecanismo de memória
As narrativas épicas – incluindo as histórias de deuses – e as crenças de um povo constituem sua mitologia. No Estúdio CH desta semana, a historiadora Maria Regina Cândido, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, fala sobre os mitos e sua relação com a religião.
Em entrevista a Fred Furtado, Cândido conta que o termo mitologia vem de uma palavra grega de difícil tradução, mas o significado que mais se aproxima dela é o de ‘narrativas de um passado longínquo’. Essas histórias podem ser de diferentes tipos: na Alemanha, por exemplo, seriam representadas pelos contos populares dos Irmãos Grimm; já no Brasil, pelo nosso folclore.
Nas sociedades antigas, os mitos representavam crenças, tradições e costumes que precisavam ser relembrados para as novas gerações, o que geralmente ficava a cargo dos anciões. Segundo a historiadora, essas tradições eram permeadas pelas relaçõescom os deuses e incluíam saber quais ritos, orações e oferendas deveriam ser feitos em homenagem a essas entidades. Ela acrescenta que os princípios das narrativas míticas geralmente são religiosos.
Cândido, que coordena o Núcleo de Estudos da Antiguidade, explica que o uso da palavra mito com a acepção de ‘história fantasiosa’ se choca com o sentido original da palavra grega, derivada de um verbo que significa contar uma história que foi verdadeira. A historiadora compara essa questão semântica à dificuldade de se traduzir a palavra saudade para outras línguas.
A pesquisadora fala ainda sobre a existência de uma mitologia brasileira e sobre os mitos modernos.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/podcasts/Mitologia%20-%20mecanismo%20de%20memoria.mp3/view
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