sábado, 23 de maio de 2009

Peça Teatral - Maria Stuart

CCBB apresenta MARIA STUART de Friedrich Schiller


Na peça, que estréia em março no CCBB do Rio, Julia Lemmertz e Clarice Niskier dão vida às rainhas Mary Stuart e Elizabeth, sob direção de Antonio Gilberto
Estréia: 06 de março (6ª f), às 19h
Local: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Primeiro de Março, 66, Centro Tel: 21 3808.2020
Horários: 4ª a domingo, às 19h
Ingressos: R$10,00 e R$5,00 (meia entrada)
Capacidade do teatro: 172 espectadores / acesso para portadores de necessidades especiais
Classificação etária: 12 anos
Duração: 2h50 (com intervalo de 15 min)

Temporada: até 17 de maio [Correção do Blog: até 22/05/2009]

A partir de 06 de março, estréia no Rio a mais nova montagem do clássico de Schiller “Maria Stuart”, com Julia Lemmertz no papel-título e Clarice Niskier como a Rainha Elizabeth, sob a direção de Antonio Gilberto, idealizador do projeto ao lado das duas atrizes. A tradução utilizada é a de Manuel Bandeira, e completam o elenco Mário Borges, André Correa, Henri Pagnoncelli, Clemente Viscaino, Amélia Bittencourt, Pedro Osório, Renato Linhares, Maurício Souza Lima, Silvio Kaviski, Thiago Hausen, Maurício Silveira, Guilherme Bernardy e Ednei Giovenazzi em participação especial. O patrocínio é do CCBB.
A peça fala do histórico conflito entre as rainhas, primas e rivais Elizabeth, da Inglaterra, e Mary Stuart, da Escócia. A motivação do diretor Antonio Gilberto para trazer ao o público brasileiro deste início de século XXI a tragédia de Schiller escrita em 1800 é sua atualidade: “Por falar de sentimentos e conflitos tão comuns a nós seres humanos, essa obra de Schiller é um clássico. Por ser um clássico será sempre oportuna e interessante uma nova montagem de “MARIA STUART”, afirma o diretor. A encenação de Antonio Gilberto concentra seu foco na relação humana dessas duas rainhas e dos personagens que giram em torno das mesmas. A montagem não pretende julgar essa “luta” entre essas duas mulheres, mas sim apresentar os conflitos que fizeram parte da relação das duas e que culminaram com a morte de Mary Stuart.

SINOPSE

Construído a partir da história real destas rainhas, o texto de Schiller promove o – jamais ocorrido de fato - encontro entre as duas. Elas governam a mesma ilha, personificando caráter e idéias de feminilidade opostos, e representando monarquias estabelecidas por poderes considerados divinos. Maria Stuart (Julia Lemmertz), rainha católica de Escócia, e Elizabeth (Clarice Niskier), rainha protestante de Inglaterra, são protagonistas de um drama que envolve sexo, poder, ambição, intriga política e uma rivalidade só resolvida com a morte. Como rainhas regentes, enfrentaram o preconceito de um mundo dominado pelos homens, foram deploradas por sua feminilidade, comparadas uma à outra e cortejadas pelo mesmo homem. Em toda sua vida, Elizabeth, revestiu-se de coragem para provar ao mundo que tinha coração e a mente de um homem, tão consciente era da convencional inferioridade de ser apenas uma mulher. Mesmo agindo assim, tendo na sua masculinidade a sua força, possuía todas as paixões de uma mulher e as expressava através da manifestação de seu amor pelos seus favoritos e pela ternura por seu povo. Já Maria era vista como imprudente, emocional e suscetível a colapsos nervosos. De temperamentos diferentes, essas rainhas se igualavam no vigor de suas ambições.

A
MONTAGEM

A encenação do texto de Schiller receberá um tratamento atemporal no que se refere a cenografia e aos figurinos, já que o diretor Antonio Gilberto pretende destacar as relações entre os personagens envolvidos e sua atualidade - apesar da história se passar no século XVI, a montagem busca a identificação do público com a situação apresentada e com os temas ainda muito atuais desenvolvidos pelo autor.

FICHA TÉCNICA

Texto: FRIEDRICH SCHILLER
Tradução: MANUEL BANDEIRA
Direção: ANTONIO GILBERTO
Elenco:
Julia Lemmertz - MARIA STUART, rainha de Escócia, prisioneira em Inglaterra
Clarice Niskier - ELIZABETH, rainha de Inglaterra
André Correa - ROBERT DUDLEY, conde de Leicester
Henri Pagnoncelli - GEORGE TALBOT, conde de Shrewsbury
Mário Borges – WILLIAM CECIL, barão de Burleigh, Grande-Tesoureiro
Pedro Osório – WILLIAM DAVISON, secretário de Estado
Clemente Viscaino - AMIAS PAULET, carcereiro de Maria
Renato Linhares – MORTIMER, seu sobrinho
Maurício Souza Lima – CONDE DE L’AUBESPINE, embaixador de França
Thiago Hausen – CONDE DE BELLIÈVRE, enviado extraordinário de França
Silvio Kavinski – OKELLY, amigo de Mortimer
Ednei Giovenazzi (Participação Especial) - MELVIL, mordomo de Maria Stuart
Amélia Bittencourt - ANA KENNEDY, ama de Maria Stuart
Maurício Silviera - Guarda I
Guilherme Bernardy - Guarda II

Direção de Arte e Cenografia: HELIO EICHBAUER
Figurinos: MARCELO PIES
Criação das Jóias: ANTONIO BERNARDO
Iluminação: TOMÁS RIBAS DE FARIA
Trilha Sonora: MARCOS RIBAS DE FARIA
Preparação Vocal: ROSE GONÇALVES
Técnica de Alexander: VALÉRIA CAMPOS
Fotos: NANA MORAES E RUBENS CERQUEIRA
Programação Visual: MAURÍCIO GRECCO
Direção de Produção: CELSO LEMOS
Divulgação: JOÃO PONTES E STELLA STEPHANY

SOBRE A PEÇA

Bem conhecida é a evolução de Schiller no seu teatro, passando do drama revolucionário ao drama histórico, ao drama burguês, ao drama ideológico, para afinal, em sua madureza, elevar-se ao drama de grandes conflitos individuais inseridos num fundo histórico, e moralmente exaltado - a purificação interior da consciência que triunfa sobre a fúria cega dos instintos. O drama Maria Stuart é uma das obras-primas desta última fase. A peça foi começada no ano de 1799, quando o autor tinha quarenta anos, e concluída no ano seguinte. O assunto empolgava-o. “À medida que prossigo na execução”, escrevia ele a Goethe, “me persuado, cada dia mais, da qualidade trágica do meu assunto, e quero dizer com isso muito especialmente que se percebe a catástrofe desde as primeiras cenas, e que quanto mais parece a ação refugi-la, mais, ao contrário, se aproxima dela com movimento ininterrupto. Haverá no drama, até à saciedade, aquele terror que Aristóteles reclama, e quanto à piedade, encontrá-la-ão também. A minha Maria não provocará o enternecimento, não está isso em minhas intenções, quero tratá-la do começo ao fim como uma criatura de instintos naturais, e o patético que ela produzirá terá antes as características de uma emoção profunda de natureza geral do que as de uma simpatia pessoal a um individuo. Não desperta em ninguém nada que se pareça com sentimentalismo; o seu destino é sentir por conta própria e desencadear em torno de si paixões violentas. Só a sua ama sente por ela o que se chama ternura”. A primeira encenação de Maria Stuart aconteceu em 14 de junho de 1800, na cidade de Weimar na Alemanha, e foi dirigida pelo próprio Schiller.

Antonio Gilberto / Diretor

Diretor e produtor teatral, realizou sua formação no Curso de Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Faculdade de Psicologia na PUC/RS. Iniciou profissionalmente sua carreira no Rio de Janeiro como Assistente de Direção de Domingos Oliveira na Companhia da atriz Dina Sfat. Participou como Assistente de Direção em vários espetáculos como “Irresistível Aventura” (espetáculo que reuniu 4 peças em um ato de Artur Azevedo, Tennessee Williams, García Lorca, e Tchekhov), “Ninguém Paga, Ninguém Paga” (de Dario Fo e Franca Rame), “Cabaret Filosófico” e “A Primeira Valsa” (textos de Domingos Oliveira), “Proibido Amar” (Neil Simon) e “O Homem Que Viu o Disco Voador” (Flávio Márcio). Trabalhou como Diretor de Produção em montagens como “Floresta Amazônica em Sonho de Uma Noite De Verão” (adaptação do texto de Shakespeare e direção de Werner Herzog para ECO-92 na cidade do Rio de Janeiro, “Confissões das Mulheres de 30”(de Domingos Oliveira) e “Vassah” (Maxim Gorki) entre outras. Realizou a produção executiva da excursão nacional de espetáculos como “De Braços Abertos” (Maria Adelaide Amaral), ”Meno Male!” (Juca de Oliveira), “Uma Relação Tão Delicada” (Lolheh Belon), “Desejo” (Eugene O´Neil), “Apareceu A Margarida” (Roberto Athaíde) e “A Dama do Cerrado” (Mauro Rasi). Suas últimas direções foram: “Cabaret Valentin” (esquetes de Karl Valentin), “A Mais Forte” (August Strindberg), “Como se Fosse a Chuva” (três peças em um ato de Tennessee Williams) e o Ciclo de Leituras Dramáticas “Goethe 250 anos” em várias capitais do Brasil, com o apoio do Goethe Institut. Pela direção de “Como Se Fosse A Chuva”, Antonio Gilberto recebeu o Prêmio IBEU (Instituto Brasil Estados Unidos) de “Melhor Diretor de Teatro” em 1997. No ano de 2000 dirigiu a produção da “Caravana Cultural/Teatro” (projeto da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro), no segundo semestre foi responsável pela direção geral da “Roda de Leituras Dramáticas” evento produzido pelo Museu da Imagem e do Som na cidade do Rio de Janeiro, apresentando os textos clássicos do teatro brasileiro. Em 2003 dirigiu, no Centro Cultural Banco do Brasil RJ “Credores”, de August Strindberg, com Alessandra Negrini, Emílio de Mello e Marcos Winter. O espetáculo foi apresentado em algumas cidades do estado do Rio de Janeiro e em São Paulo no Teatro SESC Anchieta, no primeiro semestre de 2004. Em 2006 dirigiu “Werther”, espetáculo criado a partir do livro “Os Sofrimentos do Jovem Werther” de Goethe, que conta a história de um jovem, que vive um amor não correspondido, através das cartas que este escreve a seu melhor amigo. Ainda neste ano idealizou e dirigiu “Um Brinde ao Teatro” com a atriz Eva Wilma, recital que inaugurou no Rio de Janeiro a Caixa Cultural. De 2003 a 2006 ocupou o cargo de Diretor do Centro de Artes Cênicas da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE) do Ministério da Cultura do Brasil. Em 2007 dirigiu e assinou o roteiro, em parceria com o ator José Mauro Brant, do espetáculo “Federico García Lorca – Pequeno Poema Infinito”, que estreou no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro, cumprindo temporada ainda nesta cidade no Teatro Leblon – Sala Fernanda Montenegro e no Centro Cultural da Justiça Federal. O ator José Mauro Brant foi indicado para o Prêmio Shell de “Melhor Ator”. Em 2008 dirigiu o espetáculo CONTANDO MACHADO DE ASSIS, em homenagem ao centenário do autor, completo naquele ano. O espetáculo, um solo de José Mauro Brant, foi apresentado em Lisboa no dia da morte do autor (29 de setembro), além de cumprir temporada no Rio, nos teatros da Caixa Cultural e do Centro Cultural da Justiça Federal.

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