História Pública
Tricia Magalhães Carnevale - Professora de História da Rede Pública. Blog pessoal, desde 2009.
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terça-feira, 26 de julho de 2022
Brasil Império - Primeiro Reinado
BRASIL IMPÉRIO
Tradicionalmente, dividimos o Brasil
Império em três fases:
·
Primeiro Reinado
(1822-1831)
·
Período Regencial
(1831-1840)
·
Segundo Reinado
(1840-1889)
Primeiro Reinado
(1822-1831)
Mesmo após a permanência de D.
Pedro I e a instauração de uma monarquia independente nos trópicos, o
início do período imperial foi bastante conturbado, acumulando diversas
crises. O imperador, apesar de ter proclamado a independência do Brasil, ainda
buscava assegurar os interesses de Portugal ao mesmo tempo em que precisava
conter a fragmentação de seu território.
Havia, no Brasil, grupos mais
conservadores e outros de inclinação mais liberal. Temas como o abolicionismo,
mais liberdade para negociar produtos livremente, entre outros, despertavam
reações calorosas nos debates.
No início de 1823, D. Pedro I deu
início à formação de uma Assembleia Constituinte para a elaboração de uma
Constituição para o país. A Assembleia chegou a ser dissolvida por D. Pedro I,
em novembro de 1823, por não concordar com os termos que limitavam seus
poderes. Esse episódio ficou conhecido como Noite da Agonia. A versão final
da Constituição de 1824 foi
outorgada no dia 24 de março e possuía um caráter centralizador, dando,
inclusive, poderes “sagrados” ao imperador.
Nesse contexto, no Nordeste do
país, mais especificamente na Província de Pernambuco, iniciou-se um movimento
revoltoso exigindo mais autonomia em relação ao Império. A revolta acabou
espalhando-se por outras províncias da região, como Paraíba, Ceará e Rio Grande
do Norte, formando a Confederação do Equador.
O movimento foi severamente
reprimido pelo governo, e a Província de Pernambuco acabou, inclusive,
perdendo parte do seu território para a Província da Bahia. Os líderes da
rebelião foram enforcados ou fuzilados, como Frei Caneca (1779-1825), e outros
foram aprisionados, como Cipriano Barata (1762-1838). Com isso, no Nordeste,
onde a popularidade de D. Pedro I já não era das melhores, sua figura passou a
ser questionada cada vez mais.
Logo em seguida, o Brasil
envolveu-se em um conflito internacional, a Guerra da
Cisplatina (1825-1828), na tentativa de evitar a anexação da
Cisplatina, atual Uruguai, às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual
Argentina. Nessa guerra, o Império acumulou uma série de derrotas, além de
contrair dívidas, minando ainda mais a popularidade do imperador. Como
resolução do conflito, ambas as partes concordaram em abrir mão do território,
reconhecendo, então, em 1828, a independência da República Oriental do Uruguai.
Durante as crises do Primeiro Reinado, o Partido Brasileiro
(estabelecido informalmente após a vinda da família real portuguesa para o
Brasil e composto por comerciantes, latifundiários e proprietários de escravos
que lutavam pelos interesses do território americano) passou a ocupar um papel
de oposição a D. Pedro I, ao passo que o Partido Português ofereceu apoio
ao imperador.
Após inúmeros desgastes, os
portugueses organizaram uma recepção ao Imperador no dia 13 de março de 1831,
mas foram surpreendidos por pedras e garrafas arremessadas por brasileiros.
Esse episódio ficou conhecido como Noite das Garrafadas.
Nessa época, Portugal vivia também
uma profunda crise após a morte de D. João VI, pai de D. Pedro I, em razão da
sucessão do trono português. Todo esse cenário resultou, em 7 de abril de 1831,
na abdicação de D. Pedro I ao trono brasileiro. O imperador decidiu
voltar para Portugal, deixando seu filho, de apenas 5 anos, como sucessor do
Império do Brasil.
Extraído: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/brasil-imperio.htm
Índios do Brasil
Texto e atividade sobre Índios do Brasil, para 7º Ano.
CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O ARQUIVO PDF.
Índios do Brasil –
7º ano
Introdução
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América
havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território
brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes
índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco
linguístico ao qual pertenciam: tupi-guarani (região do litoral), macro-jê ou
tapuia (região do Planalto Central), aruaque (Amazônia) e caraíba (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o
território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e
protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas.
Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O
contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade
cultural.
História: a
sociedade indígena na época da chegada dos portugueses
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita
estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e
pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que
viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da
expedição de Pedro Álvares Cabral) e aos documentos deixados pelos padres
jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da
pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e
principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem
rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada
para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo,
porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta
de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela
primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras
sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em
momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e no momento de
estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da
natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele
somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam
canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para
fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito
utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e
peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das
tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
Resumo
sobre a organização social dos índios brasileiros
Entre
os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmos
direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e
quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os
instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade
individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão
por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita
e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado:
caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o
cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe
as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás
e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os
deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também
importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os
índios.
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios,
conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam
observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai
caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a
educação indígena é bem prática e vinculada a realidade da vida da tribo
indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma
cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os contatos entre
indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de
certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e
informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas,
começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos,
apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas.
Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios.
Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir
doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento
violento seguiu-se por séculos, resultando no pequeno número de índios que
temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era
eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto,
deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era
considerada pelos europeus como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão,
acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios
seguirem a cultura europeia. Foi assim que, aos poucos, os índios foram
perdendo sua cultura e sua identidade.
A
prática do canibalismo dos índios no Brasil colonial
Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que
habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada,
pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a
sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne
de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais
simbólicos.
Religião Indígena:
resumo das principais características
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos
diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos
espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais,
cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes
conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o
corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os
objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a
morte.
Principais etnias
indígenas brasileiras na atualidade e população estimada
-
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena
(16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó
(9.700), Potiguara (7.700). Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
- De acordo
com dados do Censo 2010 (IBGE), o Brasil possuía, em 2010, 896.917 indígenas.
Este número correspondia a 0,47% da população do Brasil.
Você sabia?
- O
filho de índio com negro é chamado cafuzo. Já o filho de índio com branco é
chamado de mameluco.
Fonte: https://www.suapesquisa.com/indios/
Última revisão: 07/01/2020
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994)
✍️ QUESTÕES ✍️
1. Aproximadamente,
quantos índios habitavam o Brasil na época da chegada dos Europeus ao
continente americano?
(A) 5
milhões
(B) 10
milhões
(C) 5 mil
2. Marque aS
alternativaS sobre os povos indígenas no Brasil:
(A)
Eles viviam em aldeias formadas por grandes
casas, cada uma delas habitada por dezenas de pessoas ligadas pelo casamento e
parentesco.
(B)
Os portugueses utilizaram muito bem as
rivalidades entre os índios como arma de conquista.
(C)
Algumas aldeias possuíam pequenos celeiros, onde
a produção era armazenada e monopolizada pelos chefes hereditários.
3. Em relação à
religiosidade indígena, podemos afirmar que os índios eram:
(A)
Politeístas
(B)
Monoteístas
4. Os europeus
tinham uma visão dos índios a partir da sua própria realidade europeia, a isso
chamamos:
(A)
Visão eurocêntrica
(B)
Visão teocêntrica
(C)
Visão antropocêntrica
5. Tribo indígena
do Brasil que praticava a antropofagia:
(A)
Maias
(B)
Tupinambás
(C)
Incas
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
Mapa Mental - Revolução Russa - Atividade de colagem
Salve as imagens e use com seus alunos.
Descrição: Atividade de recorte, montagem e colagem de um mapa mental da Revolução Russa.