ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando - Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2009.
CHAUÍ, Marilena. Iniciação à Filosofia. São Paulo – SP: Editora Ática, 2014.
Discurso Filosófico
As contradições e limitações do mito para explicara realidade natural e humana levaram a filosofia a retomá-los, porém reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa explicação inteiramente nova e diferente.
O que perguntavam os primeiros filósofos?
# Por que os seres nascem e morrem?
# Por que a doença invade os corpos, rouba-lhes a cor, a força?
# Por que as coisas se tornam opostas ao que eram?
# De onde vêm os seres?
O nascimento da Filosofia
Os historiadores da filosofia dizem que ela tem data e local de nascimento: fim do século VII a.C. e início do século VI a.C., na cidade de Mileto, uma das colônias gregas da Ásia Menor (atual Turquia). E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
Arckhé – o príncipio de todas as coisas
Buscar a arkhé é explicar qual é o elemento constitutivo de todas as coisas. Veja como alguns filósofos pré-socráticos respondiam:
# Tales de Mileto (624 - 548 a.C.) – astrônomo, matemático e primeiro filósofo, para ele a arckhé é a água;
# Pitágoras (570 - 497 a.C.) – filósofo e matemático, o número é a essência de tudo, todo os cosmos é harmonia porque é ordenado pelos números;
# Anaxímenes (588 - 524 a.C.) – é o ar que pela rarefação e condensação faz nascer e transformar todas as coisas;
# Parmênides de Eleia (544 – 450 a.C.) e Heráclito de Éfeso (535-475 a.C.) desenvolveram teorias que entraram em conflito e instigaram os filósofos do período Clássico. Enquanto para Parmênides o ser real é imóvel, imutável e o movimento é uma ilusão, para Heráclito tudo flui e tudo o que é fixo é ilusão: “não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”.
Diferenças entre mito e filosofia
1. O mito pretendia narrar como as coisas eram no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como no presente. A filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro, as coisas são como são.
2. O mito narrava a origem por meio de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personificadas. A filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos naturais primordiais (água ou úmido, fogo ou quente, ar ou frio, terra ou seco), por meio de causas naturais e impessoais (pela combinação, composição e separação entre os quatro elementos primordiais).
3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses são traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosas do narrador. A filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional.
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